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Pesquisadores apresentam estudos sobre os principais impactos das mudanças climáticas no Brasil
07/12/2015 14:14:58

As mudanças climáticas e os impactos causados por elas já podem ser percebidos em enchentes, variações expressivas de temperatura e também na colheita e na reprodução de alguns animais. Em Curitiba, o volume de chuvas tem um crescimento anual de 19,4 milímetros, enquanto a temperatura média aumenta 0,034 graus Celsius por ano, de acordo com dados meteorológicos do INMET/ BDMEP. “Isto parece pouco, mas se avaliarmos a questão da temperatura, estes números representam um aumento de 3,4 graus em um século, o que é muito se considerarmos principalmente os impactos para a agricultura”, explica Germano Afonso, coordenador do curso de pós-graduação em História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

A base do estudo de Afonso, considera os dados do INMET/ BDMEP e a percepção dos índios, que sempre utilizaram a observação das constelações para programar a melhor época para plantar, colher, caçar e pescar, e já admitem que suas previsões deixaram de ser exatas devido as mudanças climáticas.

 

Para avaliar os impactos das mudanças climáticas em Curitiba, o coordenador da Uninter realizou um estudo no qual constatou a floração precoce de algumas plantas, a redução na produção de flores e frutos de algumas espécies, a antecipação ou retardamento do início do período de imigração e dos ciclos de reprodução de pássaros e insetos, bem como a redução da distribuição geográfica de corais e mangues. “O aumento na população de vetores como malária e dengue também é reflexo das mudanças climáticas”, alerta Afonso. O coordenador ainda chama a atenção para a queda na qualidade das sementes de maneira geral. “Ao abrir as vagens, por exemplo, é possível observar que as sementes estão em menor quantidade e não se desenvolveram de forma homogênea. Muitas sementes secam antes da hora, representando prejuízo na colheita”, comenta.

 

Os impactos na produção agrícola também fazem parte das pesquisas do francês Vincent Dubreuil, que tem agregado dados estatísticos a percepção da população da Amazônia. Para ele, a escolha da região é emblemática, não apenas pelas mudanças dramáticas resultantes de mais de 30 anos de desmatamento, mas também pela diversidade de povos na área. Para o estudo, ele considerou a percepção dos indígenas, imigrantes e da população que vive de recursos locais. “É importante compreender como as populações percebem o seu ambiente para os indicadores de variações de clima. O desmatamento do sul da Amazônia deixa claro os impactos na redução do volume de chuvas e também a maior percepção por parte da população. Precisamos detalhar práticas agrícolas, mudanças climáticas e verificar o impacto diante de períodos muito chuvosos ou secos”.