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Inclusão social também depende do preparo de professores para a sala de aula
15/07/2015 14:38:43

A Constituição Federal garante às pessoas com deficiência o direito à educação de qualidade. Para tanto, é necessário o apoio especializado de professores e demais profissionais envolvidos. A educação inclusiva deve oferecer ensino adequado às diferenças de cada aluno, mas a realidade brasileira é precária. Essas pessoas têm que conviver com vários problemas: falta de professores habilitados, de agilidade na entrega de materiais adaptados, de acessibilidade em todos os espaços escolares e para chegar até o ambiente da escola, de recursos para a compra de materiais, além da pouca ou nenhuma adaptação de infraestrutura e do número de alunos em sala de aula.

 

No Centro Universitário Internacional Uninter, os futuros professores já são preparados para lidar com necessidades especiais. “Quem estuda Pedagogia na nossa instituição tem o diferencial de ter Libras em todas as disciplinas e o desenvolvimento de projetos de inclusão com aspecto não formal”, explica Dinamara Pereira Machado, diretora da Escola Superior de Educação da Uninter.

 

Para Dinamara, a capacitação dos professores é fundamental para o bom andamento do programa de inclusão educacional. “Temos que lembrar que a temática inclusão é muito recente, é preciso tempo para vencer todas as mazelas que atingem o processo de formação de professores nessa temática, afinal não basta formar é necessário dar infraestrutura”, explica.

 

O Centro Universitário conta com o trabalho do SIANEE Serviço de Inclusão e Atendimento aos Alunos com Necessidades Educacionais Especiais, que atende aos alunos com deficiência e capacita docentes. “Sem os conhecimentos básicos sobre as deficiências e consequentes diversidades e limitações, os professores não saberão preparar e ministrar aulas acessíveis a todos os alunos, ou seja, aulas com acessibilidade comunicacional, atitudinal e pedagógica”, afirma Leomar Marchesini, fundadora e coordenadora do SIANEE.

 

Para Marcos da Cunha e Souza, professor de Direito da Uninter, o profissional deve ter consciência de que os alunos com deficiência que chegam ao ensino superior são vencedores. “Eles superaram uma série de obstáculos criados pela nossa sociedade para terminar o ensino fundamental e o ensino médio. Geralmente são alunos com boa memória, disciplinados, que não reclamam da vida e que sabem aonde querem chegar. O professor que não perceber isso estará desperdiçando uma grande oportunidade, pois estão sempre dispostos a debater, a discutir e a colaborar com a aula”, comenta.

 

Pequenos gestos de solidariedade também fazem a diferença em sala. “Tive uma aluna que tinha apenas 5% a 10% da visão, então eu sempre tinha que me lembrar de imprimir a prova para ela com letras bem grandes. Se tenho alunos surdos e vou projetar algum filme, tento escolher algo que ofereça legendas em português. Se o filme não tem essas características, explico para o aluno, com a ajuda do intérprete, os aspectos gerais do filme”, explica Souza.

 

Souza foi premiado pelo “Professor Inclusivo”, concurso que avalia o desempenho quanto à promoção de acessibilidade de comunicação e informação nas aulas para os alunos surdos e cegos.

 

Tiago Alves Carneiro Junior, aluno surdo do curso presencial de Direito da Uninter, já sentiu na pele as dificuldades, dentro e fora da sala de aula. “Tentei fazer a graduação em outra instituição de Joinville, mas tive muita dificuldade com o intérprete de Libras, que não era profissional e chegou a me desmotivar. Depois tentei um curso à distância, mas não me adaptei, devido ao meu perfil participativo. Por fim, tive que mudar para Curitiba e achei na Uninter a atenção que eu precisava, com um intérprete qualificado e com formação em Direito”, conta. Os surdos, mesmo com domínio do português têm algumas dificuldades, pois a sintaxe em Libras é diferente. Libras é a primeira língua, nesse caso, o português fica em segundo plano.

 

Sobre o concurso “Professor Inclusivo”

 

O concurso promovido pela Uninter tem como objetivo principal motivar, sensibilizar e conscientizar os professores da importância de elaborarem materiais de aula e avaliações de modo que os alunos com deficiência visual e surdos consigam acompanhar as aulas e obter pleno aproveitamento dos conteúdos programáticos, apesar de suas diferentes limitações. A ideia é proporcionar um ensino de qualidade preparando-os para o mercado de trabalho.