A vacinação contra o vírus H1N1 restrita a grupos especiais terminou na semana passada, em quase todos os estados brasileiros, e foi liberada para o restante da população. As pessoas consideradas de risco para a influenza que receberam a vacina em primeira mão foram os idosos com mais de 60 anos, crianças com idade entre 6 meses e menores de 5 anos, mulheres grávidas, mães com bebês de até 45 dias, trabalhadores da saúde, doenças crônicos e a população carcerária. Foi baixa, no entanto, a adesão das gestantes à vacina – apenas 66% das grávidas foram imunizadas, ou seja, 12.882 de um total estimado em 18.612 gestantes.
Em mulheres grávidas é maior a probabilidade de complicações graves resultantes da gripe, especialmente a H1N1, como pneumonia, edema de pulmão, embolia pulmonar e insuficiência renal, o que põe em risco a saúde da mãe e do bebê.
Para o bebê, na verdade, pouco se sabe sobre os efeitos do H1N1, e acredita-se que a contaminação do feto via placentária seja rara. A complicação mais frequente nesse caso está relacionada ao aborto, sofrimento fetal agudo e nascimento prematuro, em especial devido à febre materna e à má oxigenação fetal, devido às alterações respiratórias maternas decorrentes da gripe.
João Luis Ribas, professor da Escola Superior de Saúde, Meio Ambiente, Sustentabilidade e Humanidades da Uninter explica que o risco para a gestante se dá devido a série de alterações fisiológicas que acontecem durante a gravidez como, alterações no sistema imunológico que reduz as defesas em resposta aos antígenos fetais. Embora essa alteração ocorra para que o organismo tolere os antígenos paternos (portanto estranhos) apresentados pelo feto, torna a gestante mais suscetível a infecções. Além disso, a gestante sofre alterações cardíacas e respiratórias, com uma redução em sua capacidade pulmonar e aumento de líquidos circulantes. Isso faz com que ela favoreça a exacerbação de sintomas de uma contaminação por H1N1. “É muito importante que as gestantes tenham consciência desta série de riscos e que tomem a vacina.”, salienta o profissional.
A principal orientação às gestantes é que assim que identifiquem algum dos sintomas relacionados ao H1N1, procurem assistência médica imediatamente para evitar futuras complicações.
Sintomas
Os principais sintomas são febre alta, dor de garganta, tosse, cansaço, dor de cabeça e pelo corpo. No entanto, sintomas como dificuldade de respirar ou falta de ar, catarro com sangue, dor ou pressão no peito, pele azulada, tontura e confusão mental, vômitos, redução dos movimentos do bebê e febre alta que não cede.
Prevenção
Para Ribas, medidas simples podem reduzir e até mesmo impedir a contaminação pelo vírus H1N1, tais como: lavar as mãos frequentemente, usar álcool 70, evitar colocar as mãos no nariz, na boca e nos olhos, não beijar e nem cumprimentar com as mãos, pessoas com sintomas de gripe, abrir e arejar diariamente os ambientes.