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Investimento em Food Trucks exige conhecimento e cautela
25/06/2015 10:45:09

Montar um food truck não é menos complicado que um restaurante; demanda trabalho, organização e investimento. Curitiba tem 1,3 mil vendedores ambulantes de comida regularizados, dos quais 66% trabalham com cachorro-quente, caldo de cana e pipoca. A legislação atual permite apenas carrinhos e barracas fixas. Assim que publicado o decreto, a Lei dos Food Trucks deve impulsionar mudanças nesse quadro. Segundo a Associação Paranaense de Food Trucks, cerca de 50 veículos já estão prontos para funcionar em Curitiba. Alguns desses já participam de eventos específicos em locais fechados, que tem reunido grande público.

 

Mais de 50% das pequenas empresas que abrem suas portas anualmente não conseguem sobreviver e fecham em até cinco anos. Em momento de crise, as empresas precisam trabalhar muito, mostrar seu diferencial e crescer. O novo ramo exige conhecimento e preparo para futuros entraves. “É necessário estar sempre de olho no mercado e por dentro da legislação para não ser barrado no primeiro momento.Não existe negócio ruim, existe negócio mal gerenciado, mal planejado, mal organizado, todos têm chances de dar certo ou errado, a diferença está na capacidade do investidor em gerenciar o negócio tornando-o rentável”, explica Elton Ivan Schneider, diretor da Escola Superior de Gestão e Negócios do Centro Universitário Internacional Uninter.

 

Segundo Schneider, se for investir, a hora é agora, enquanto ainda é novidade. Em pouco tempo o cenário será diferente: vários “restaurantes móveis” disputando o mesmo evento, o mesmo espaço físico e baixando preços para vender, bom para o consumidor, muito ruim para o investidor. “Não basta ter a ideia de negócio, é preciso viabilizá-lo, hoje e no futuro”, ressalta. Se a ideia está dando certo, rapidamente a concorrência irá surgir, com novos produtos, serviços e preço mais competitivo. A estratégia deve contemplar o médio e o longo prazo.

 

O investimento, que pode variar entre 50 e 70 mil reais ou montantes mais altos, depende de diversos fatores como o tamanho do veículo, a comida a ser comercializada, tecnologia utilizada, adequações de suspensão, freios para tolerar o peso da cozinha, os equipamentos instalados, dentre outros. Para o especialista, o sucesso vai depender da qualidade do produto, da relação existente entre comércio de ambulantes e restaurantes instalados, da disponibilidade de oferta de diferentes tipos de proposta de valor, da capacidade de investimento e retorno a longo prazo, do fluxo contínuo de clientes e do preço pretendido em relação à proposta de valor ofertada.

 

A Lei

 

Para que os food trucks comecem a operar em Curitiba da maneira original – circulando e parando em diferentes pontos da cidade ao longo do dia –é necessária a publicação do decreto, pois a Lei já foi sancionada pelo prefeito Gustavo Fruet e aprovada pela Câmara Municipal de Curitiba.

 

O documento prevê que as licenças sejam expedidas apenas às empresas constituídas na capital paranaense e vai favorecer empreendedores locais, dando mais oportunidades para os ambulantes que já trabalham com isso. Outras questões polêmicas como metragem dos caminhões, quantos veículos serão autorizados por CNPJ, número de alvarás, a distância mínima para os food trucks manterem de feiras e polos gastronômicos também estão em discussão.